Os
pequenos gestos
(na tarde de uma quarta-feira)
(...) Pequenos gestos anônimos
valem muito mais do que aquelas manifestações espalhafatosas, cujo único proveito
é o do ego de quem as alardeia. O ser humano é capaz de coisas incríveis, mas
nem sempre sabe usar adequadamente esse poder que o Grande Arquiteto concedeu a
todos, indistintamente. Há os que preferem o silêncio e o anonimato ao
exercerem sabiamente essa poderosa prerrogativa. Mas há também os que
necessitam mostrar o gesto de sua mão esquerda à direita, apenas para ouvir um
elogio que satisfaça seu ego. Enfim... Cada um com sua bondade. (...)
As
ações silenciosas
(na manhã de um domingo)
(...) O silêncio quase sempre é
um grande aliado. Permite a reflexão e a introspecção profunda, o que acaba resultando
no expurgo de algumas angústias e até mesmo no aperfeiçoamento espiritual. Para
tentar ser como a natureza, que trabalha em silêncio e de maneira persistente,
é preciso autocontrole, força de vontade e concentração. Palavras e trabalho ao
mesmo tempo podem não ser produtivos. Agir, silenciar, manter a concentração e
trabalhar continuamente talvez seja a melhor forma de atingir cada um dos
objetivos almejados. Estes são pensamentos deixados por Gandhi e aplicáveis em
toda ocasião. (...)
Os
pensamentos negativos
(numa hora imprecisa de um dia
qualquer)
(...) As dificuldades servem para
valorizar o momento da superação. Algumas vezes temos a impressão que as coisas
ruins estão nos acontecendo com muita frequência ou intensidade. Mas não é bem
assim. Talvez estejamos de alguma forma fragilizados por algum problema que
estamos enfrentando e permitindo que nossa mente fique muito tempo ocupada com
essa questão. Assim a tendência é só dar atenção às coisas ruins, por menores
que sejam. Então acabamos demorando um pouco mais para sair da fase que não é
boa. Esquecemos de que nada é eterno e demoramos a atingir a superação. (...)
O
fascínio da existência
(na madrugada do dia 16)
(...) As questões relacionadas ao
tempo são fascinantes. À medida em que se aprende alguns de seus segredos, vai-se
conscientizando cada vez mais de sua importância. O momento efêmero que se
convenciona chamar de presente é muito rico e importante para ser ignorado
enquanto se idealiza o futuro, que sequer se sabe se realmente existirá. Cada
fração da existência de um ser humano é a dádiva mais sublime que lhe é
concedida. Dela pode-se fazer o que o livre arbítrio permitir e, com isso,
construir algo que possa ser útil e proveitoso no futuro que se espera ter.
(...)
__________________________________________
Publicado na XI Antologia Paulista - Rumo Editorial - SP (2017)
Nenhum comentário:
Postar um comentário