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7.5.13

Felicidade






















(...) Aí teve um tempo em que eu acreditei na felicidade. Sabia exatamente onde ela estava. Fui lá. Certeiro. Disseram que ela tinha saído. Não demorava. Esperei. Demorou mais do que prometeram. Desisti? Não! Dei um tempo. Tinha outras coisas pra fazer.

Aí teve um outro tempo em que eu me lembrei da felicidade. Achei que sabia onde ela estava. Fui lá, quase certo de que estava lá. Disseram que havia um bom tempo que não a viam por ali. Não desisti, mesmo assim. Refleti profundamente. Mas tinha outras coisas pra fazer.

Aí teve ainda outro tempo em que achei que acreditava na felicidade. Não tinha nenhuma certeza de onde ela poderia estar. Mas fui lá, assim mesmo. Disseram que era uma lenda muito antiga. No entanto, que eu não me empolgasse. Fui lá. Cadê? Tornei a refleti, mas já achava pura perda de tempo. Tinha ainda muita coisa pra fazer.

Aí o tempo já não interessava mais. Ainda pensava na felicidade: ora como uma esperança, ora como uma crença, ora como uma quimera, ora como uma mentira, ora como uma dança, ora como um louvor, ora como um impulso, ora como uma alavanca. Em tudo isso e em muita coisa mais eu pensei, como se tudo fosse a pura e simples FELICIDADE.

Acho que nesse tempo eu já estava feliz (...)

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Publicado na "Antologia Paulista" 2011
Rumo Editorial - São Paulo - 2011
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