10.11.08
Limericks para uma praça
Escondido por trás da vidraça,
olhava o movimento da praça:
pombos, pipoqueiros,
trajes domingueiros...
O domingo era muito sem graça...
Na segunda-feira novamente olhava
e outra gente por alí estava.
Sons exaltados,
corpos suados,
Da gente que alí labutava...
Na terça olhava de novo a janela
e já sabia que gente era aquela
suando e correndo,
gritando, vivendo...
Cada qual com a sua mazela...
Na quarta-feira, de novo espiando,
as mesmas coisas acabou avistando.
Como todo dia
a mesma euforia
da mesma gente se acotovelando.
Assim também foi na quinta-feira:
gritaria, algazarra e muita corredeira.
Sempre tal e qual,
e do mesmo igual...
Sempre a mesma praça-pasmaceira.
Sexta-feira choveu, a praça se molhou
E além da chuva, pouco ou nada mudou
Desempregados, vendedores,
vagabundos, sofredores...
Por pouco a praça não naufragou.
Então veio o sábado, finalmente
e a praça começou a ficar diferente.
alguma melodia,
apenas metade do dia...
e a praça anoiteceu, calmamente...
Na manhã seguinte surgiu outra tela,
pintada no vidro da sua janela:
casais de namorados
por todos os lados...
Aos domingos, é que a praça era bela!
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Publicado na I Antologia Paulista da Sobrames-SP
Legnar Informática e Editora - São Paulo - 1999
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