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7.3.06

Águas grandes

















É começo de mês mas as águas de março já estão fechando o verão. Sem hora e pouco aviso elas se infiltram no cotidiano. Chuva. Coisa de dez minutos, quinze... Nem isso às vezes. Mas forte, voluptuosa, soberba. Encharca, ensopa, satura, alaga, inunda, embebe. Quem não esperava foge. A maioria. Quem não tem medo se aventura. Quem não tem escapatória às vezes se apavora. A enchurrada se avermelha de lama e vai penetrando. Fede. E vai tomando tudo. Consumindo as coisas num jorro malcheiroso. Invadindo. Soterrando. É quase uma sina nestes dias de águas grandes. Sem hora nem lugar. Só cumprindo sua vocação. Alguns lamentam as perdas. Outros nem dão vazão.

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