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17.8.19

Versos inacabados



(por pouco seriam um poema...)

Fico a olhar as poesias,
alheias e arredias.
Também são minhas, são muitas,
intensas e às vezes tardias

Uma vitrine infinita,
onde  não se acaba a vaidade
e nada se mede,
nem se mira ou se cala.
Apenas invade.

Querem apenas ser poesia
Eterna mesmice, tão gasta,
de poetas anônimos ou apaixonados
Densa poesia, tão vasta...

(...cabeças pendendo no nada,
que se gabam, se iludem e se acabam.
Tolas, fúteis e vaidosas...
De que serve essa efemeridade?
Como a própria poesia,
a palavra é torpe
e apenas se recria.)

Plural:
Tantas e somente elas,
senhoras de si mesmas.
Não temem ser muitas,
e muito menos se bastam:
as palavras apenas se gastam.

Singular.
Por ela me enterneço.
E simplesmente entristeço...
  
Ah, essas palavras...
E com elas faço versos.
Pequenos, quase sempre amenos,
apenas para simples deleite
de minha alma que chora
e ignora, o que elas têm para dizer...
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Publicado nos Anais da XV Jornada Médico-literária Paulista e
X Jornada Nacional da Sobrames - Rumo Editorial - SP - 2019

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