Acerca de mudanças
Talvez não seja muito
saudável pensar nas mudanças olhando apenas o que se perde com elas. Quem sabe
o mais prudente seja olhar no horizonte dessa perspectiva e tentar vislumbrar
no longínquo porvir, lá na fímbria mais distante, a parte positiva que possa
existir. Ainda que seja uma quimera, enxergar um passo adiante em nossa vida é
uma virtude e faz um bem inimaginável. Pensar com otimismo talvez seja uma das
melhores coisas que nos possa acontecer.
O resto será como tem que ser.
Sobre a efemeridade das borboletas
O Ser humano é mesmo uma eterna incógnita. Tem uma trajetória tão efêmera como a de uma borboleta azul pairando aqui e acolá. A diferença é que borboletas azuis têm uma leveza natural, o que as tornam belas aos olhos de quem as conheça. Já o Ser humano costuma ter uma prepotência e uma ignorância quase inatas do que pode ou não pode ser, o que o torna um fardo pesado e desajeitado em muitos momentos. Borboletas amadurecem e completam seu ciclo com dignidade. Já o Ser humano, nem sempre. “Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe", disse Saramago em "A Caverna". A falta dessa consciência é que torna o Ser humano tão distante das borboletas azuis, pois ele sempre pretende ser o que não é de verdade. Já as borboletas azuis são sempre autênticas e belas, por mais efêmeras que sejam.
O Ser humano é mesmo uma eterna incógnita. Tem uma trajetória tão efêmera como a de uma borboleta azul pairando aqui e acolá. A diferença é que borboletas azuis têm uma leveza natural, o que as tornam belas aos olhos de quem as conheça. Já o Ser humano costuma ter uma prepotência e uma ignorância quase inatas do que pode ou não pode ser, o que o torna um fardo pesado e desajeitado em muitos momentos. Borboletas amadurecem e completam seu ciclo com dignidade. Já o Ser humano, nem sempre. “Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe", disse Saramago em "A Caverna". A falta dessa consciência é que torna o Ser humano tão distante das borboletas azuis, pois ele sempre pretende ser o que não é de verdade. Já as borboletas azuis são sempre autênticas e belas, por mais efêmeras que sejam.
Coisas do vento e da solidão
Haverá horas que você
precisará de alguma reclusão para sobreviver.
Vai ser só você e tua clausura. E talvez algum sussurro da brisa que
penetre pelas janelas de teu ser. No mais, será apenas o silêncio da tua alma.
Todo pensamento será indigente nessa hora. Vagará sem rumo e medroso, como se
em toda fresta do reboco da parede de teu templo inconcluso houvesse o pior dos
monstros, faminto e à espreita para te devorar. Mas o medo dessa fósmea
insana será uma questão de tempo, pois
certamente chegará aquele sopro mais forte que fará remexer a poeira de teus
dias, derrubar teus utensílios inúteis, bater as folhas de todas as portas e
janelas entreabertas em tua vida. Você
então despertará da letargia, se espreguiçará e talvez até se assuste um pouco,
sem saber exatamente onde está. Mas logo tomará de novo o prumo, o esquadro, o
compasso, a régua, a alavanca, o maço e o cinzel, instrumentos de tua
existência, e voltará ao trabalho eterno.
E tudo voltará a ser justo e perfeito novamente. Que assim seja!
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Publicado na coletânea "A Pizza Literária - décima terceira fornada"
Rumo Editorial - São Paulo - 2014
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